segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Em defesa da vida



No último sábado, dia 10 estive em Itapecerica da Serra, participei do “Comboio pela vida”, uma ação de repúdio ao abate das chinchilas. Saímos daqui de Sorocaba eu, Flavia Toledo e Caio como representantes da comissão de justiça e direito dos animais e, apesar dos contratempos da viagem, que vou contar aqui, acabou dando tudo certo. E aqui estou eu, para escrever as minhas impressões a respeito da manifestação. Antes de tudo, devo dizer que esperava mais gente lá. Afinal de contas foi uma manifestação que partiu de São Paulo e, sendo esta a maior cidade do país, deveria contar também com o maior número de ativistas. Ainda sim, valeu a pena ver o comprometimento e o desejo de mudança das pessoas que estavam lá.



No dia anterior à viagem houve uma reunião da comissão, na qual foi discutida a organização do WEEAC, outro evento de repúdio à crueldade contra os animais que ocorrerá em outubro, em várias cidades do mundo, inclusive aqui em Sorocaba. Lembramos então, durante a reunião, da manifestação que ocorreria em Itapecerica e, lembramos também, que seria no dia seguinte, e não estávamos muito certos sobre ir até lá ou não, e é nesse ponto que eu me pergunto, por que quando pensamos em fazer alguma coisa que realmente vale a pena ser feita, surge na nossa cabeça todo tipo de obstáculo para não realizá-la? No meu caso, pensei nos custos da viagem (porque, sim, eu ando bem sem grana mesmo) e no fato de não conhecer muito bem o caminho até lá. Outros trabalhariam no sábado de manhã e, de fato não poderiam ir. No final das contas, decidimos ir nós três, no meu carro, comigo dirigindo, o que pensei ter sido um grande ato de coragem por parte do Caio e da Flavia, até descobrir que os dois estavam de certa forma, mais perdidos que eu. E por que eu digo isso? Bom, o comboio partiria de São Paulo até o matadouro das chinchilas em Itapecerica, mas nós decidimos não passar por São Paulo e ir direto pra lá. Acontece que nenhum de nós sabia onde ficava o matadouro e também não tinha o endereço de ninguém que estivesse em São Paulo participando do evento pra dizer onde deveríamos ir ou onde poderíamos encontrar o restante das pessoas. Porém, deixamos para descobrir isso quando já estávamos lá! Não dava pra ficar perguntando pras pessoas na rua onde ficava o tal lugar, apesar de que, admito, nós tentamos fazer isso! Quando percebemos que seria difícil conseguir a informação com as pessoas na rua, fizemos várias ligações, procurando o telefone ou celular de alguém que pudesse nos ajudar. Conseguimos falar com o Júlio Mancha que nos informou que o pessoal ainda não tinha saído de São Paulo e que nos encontrariam em Itapecerica. 



Que bom! Imagine se tivéssemos chegado lá e depois de ter descoberto que estávamos perdidos, não conseguir encontrar ninguém e ter que voltar pra casa. Mas essa história de ficarmos perdidos teve um propósito, pois descobrimos que a maioria das pessoas, na própria cidade, não sabia que havia ali um criador de chinchilas e que ele as criava com o único propósito de vender suas peles, porque toda carne desses animais é descartada. Aviso aqui a todos que sou vegetariana, mas apesar de não comer carne e acreditar que o homem não precisa mesmo se alimentar de carne para viver, poderia considerar como “não fútil”, o argumento de que ali se produzia alimento. Imagino também que a maioria das pessoas naquela cidade não sabe com que crueldade esses animais são mortos, sem receber qualquer tipo de anestésico. Poderia afirmar também que a maioria das pessoas realmente não sabe do que acontece ali, porque não compra casacos de pele, usa sim algum tipo de material sintético, pois casaco de pele de verdade, é caríssimo! Poucas madames podem comprar este artigo de luxo. E eu penso que, se a maioria das pessoas vive muito bem sem usar casaco de pele, é porque eles não são necessários e quando tomamos consciência da forma como são feitos fica impossível não vê-los banhados em sangue. E tem gente que se diz civilizada e justifica seu comportamento com base num suposto ancestral das cavernas, que matou algum animal para vestir ou para comer. Fica então aqui o meu recado para os homens civilizados: Sejam civilizados e parem de agir como Neandertais. Não justifique o ato de matar como uma necessidade, ainda mais quando há uma escolha.      
Dentro do que o senso comum concebe como mundo selvagem, todos os animais matam para sobreviver. Todos, exceto um: o homem. Esse sim é o único capaz de matar por diversão, ganância e vaidade.   


2 comentários:

  1. Preparem-se! Dia 24 de Setembro tem mais! Seremos persistentes em prol dos que não podem se defender!
    *A*V*A*N*T*I*

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  2. Cristiani parabenizo a iniciativa de vocês, é ótimo que a manifestação continue, mas infelizmente será muito difícil estar lá com vocês na próxima semana, de qualquer maneira estarei aqui torcendo e divulgando pro pessoal participar também, um abraço!

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