No último sábado, dia 10 estive em Itapecerica da Serra, participei do “Comboio pela vida”, uma ação de repúdio ao abate das chinchilas. Saímos daqui de Sorocaba eu, Flavia Toledo e Caio como representantes da comissão de justiça e direito dos animais e, apesar dos contratempos da viagem, que vou contar aqui, acabou dando tudo certo. E aqui estou eu, para escrever as minhas impressões a respeito da manifestação. Antes de tudo, devo dizer que esperava mais gente lá. Afinal de contas foi uma manifestação que partiu de São Paulo e, sendo esta a maior cidade do país, deveria contar também com o maior número de ativistas. Ainda sim, valeu a pena ver o comprometimento e o desejo de mudança das pessoas que estavam lá.
No dia anterior à viagem houve uma reunião da comissão, na qual foi discutida a organização do WEEAC, outro evento de repúdio à crueldade contra os animais que ocorrerá em outubro, em várias cidades do mundo, inclusive aqui em Sorocaba. Lembramos então, durante a reunião, da manifestação que ocorreria em Itapecerica e, lembramos também, que seria no dia seguinte, e não estávamos muito certos sobre ir até lá ou não, e é nesse ponto que eu me pergunto, por que quando pensamos em fazer alguma coisa que realmente vale a pena ser feita, surge na nossa cabeça todo tipo de obstáculo para não realizá-la? No meu caso, pensei nos custos da viagem (porque, sim, eu ando bem sem grana mesmo) e no fato de não conhecer muito bem o caminho até lá. Outros trabalhariam no sábado de manhã e, de fato não poderiam ir. No final das contas, decidimos ir nós três, no meu carro, comigo dirigindo, o que pensei ter sido um grande ato de coragem por parte do Caio e da Flavia, até descobrir que os dois estavam de certa forma, mais perdidos que eu. E por que eu digo isso? Bom, o comboio partiria de São Paulo até o matadouro das chinchilas em Itapecerica, mas nós decidimos não passar por São Paulo e ir direto pra lá. Acontece que nenhum de nós sabia onde ficava o matadouro e também não tinha o endereço de ninguém que estivesse em São Paulo participando do evento pra dizer onde deveríamos ir ou onde poderíamos encontrar o restante das pessoas. Porém, deixamos para descobrir isso quando já estávamos lá! Não dava pra ficar perguntando pras pessoas na rua onde ficava o tal lugar, apesar de que, admito, nós tentamos fazer isso! Quando percebemos que seria difícil conseguir a informação com as pessoas na rua, fizemos várias ligações, procurando o telefone ou celular de alguém que pudesse nos ajudar. Conseguimos falar com o Júlio Mancha que nos informou que o pessoal ainda não tinha saído de São Paulo e que nos encontrariam em Itapecerica.
Que bom! Imagine se tivéssemos chegado lá e depois de ter descoberto que estávamos perdidos, não conseguir encontrar ninguém e ter que voltar pra casa. Mas essa história de ficarmos perdidos teve um propósito, pois descobrimos que a maioria das pessoas, na própria cidade, não sabia que havia ali um criador de chinchilas e que ele as criava com o único propósito de vender suas peles, porque toda carne desses animais é descartada. Aviso aqui a todos que sou vegetariana, mas apesar de não comer carne e acreditar que o homem não precisa mesmo se alimentar de carne para viver, poderia considerar como “não fútil”, o argumento de que ali se produzia alimento. Imagino também que a maioria das pessoas naquela cidade não sabe com que crueldade esses animais são mortos, sem receber qualquer tipo de anestésico. Poderia afirmar também que a maioria das pessoas realmente não sabe do que acontece ali, porque não compra casacos de pele, usa sim algum tipo de material sintético, pois casaco de pele de verdade, é caríssimo! Poucas madames podem comprar este artigo de luxo. E eu penso que, se a maioria das pessoas vive muito bem sem usar casaco de pele, é porque eles não são necessários e quando tomamos consciência da forma como são feitos fica impossível não vê-los banhados em sangue. E tem gente que se diz civilizada e justifica seu comportamento com base num suposto ancestral das cavernas, que matou algum animal para vestir ou para comer. Fica então aqui o meu recado para os homens civilizados: Sejam civilizados e parem de agir como Neandertais. Não justifique o ato de matar como uma necessidade, ainda mais quando há uma escolha.
Dentro do que o senso comum concebe como mundo selvagem, todos os animais matam para sobreviver. Todos, exceto um: o homem. Esse sim é o único capaz de matar por diversão, ganância e vaidade.
Preparem-se! Dia 24 de Setembro tem mais! Seremos persistentes em prol dos que não podem se defender!
ResponderExcluir*A*V*A*N*T*I*
Cristiani parabenizo a iniciativa de vocês, é ótimo que a manifestação continue, mas infelizmente será muito difícil estar lá com vocês na próxima semana, de qualquer maneira estarei aqui torcendo e divulgando pro pessoal participar também, um abraço!
ResponderExcluir